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Vai comprar um imóvel? Descubra como avaliar os itens básicos da parte elétrica.


Na busca pelo imóvel dos sonhos, as primeiras decisões passam pelos fatores preço e localização. Feitas as contas, é hora de checar itens sobre a obra e questões específicas do empreendimento antes de fechar a compra. Há detalhes importantes que farão toda a diferença, sendo a escolha por um apartamento novo ou uma casa já usada.

A compra de um imóvel usado pode ser o caminho mais fácil e rápido para a realização do sonho da casa própria ou para aumentar seu patrimônio. No entanto, construções mais antigas podem apresentar problemas em suas infraestruturas e conservação. Por isso, é importante saber como avaliar um imóvel para que esses problemas não se tornem uma dor de cabeça no futuro.

Imóvel novo ou usado?

Se por um lado imóveis usados possuem as vantagens de estarem prontos e de serem vendidos por valores mais baixos, por outro, há o risco de que o mau uso e a falta de manutenção tenham lhe causado danos — e isso se converterá em gastos com os consertos.

Além disso, se for uma construção antiga, pode ser de uma época em que havia outra legislação vigente e a fiscalização de obras pode ter sido precária. Assim, existe a possibilidade de que sua estrutura esteja comprometida ou que as instalações elétricas estejam inadequadas.

Portanto, é preciso que o imóvel passe por uma avaliação criteriosa antes do negócio ser fechado e o contrato assinado. O check-list do imóvel usado tem demandas específicas, mas além de buscar informações sobre o prédio e suas instalações elétricas, vale a pena conversar com vizinhos, síndico e a administradora do condomínio.

Imóveis usados, especialmente os mais antigos, podem precisar de atualização nas instalações elétricas. Para saber o que deve ser substituído e quanto gastará, recomenda-se levar um engenheiro eletricista para avaliar a situação.

Se apresentarem ressecamento, oxidação ou qualquer outro sinal de má conservação, será preciso trocar tudo. Tenha em mente que essa é uma questão de segurança, pois uma fuga de corrente ou sobreaquecimento dos cabos pode resultar em choques elétricos ou mesmo um incêndio, e de eficiência energética – condutores subdimensionados ou com isolação danificada geram perdas à rede, ou seja, consomem uma certa quantidade de energia que não é aproveitada no sistema elétrico.

Outro ponto importante para se observar é a condição do quadro de luz. Ele deve ser atual, com disjuntores novos e separados por área do imóvel. Se for antigo, é preciso substituí-lo. É preciso se atentar ao dimensionamento do painel elétrico, ou seja, avaliar se a carga instalada no local pode ser suportada pela rede existente. Para esta análise, é sempre importante contratar um engenheiro especializado. Ainda, observe a quantidade de tomadas nos cômodos e sua situação. Trocá-las ou adicionar outros pontos pode custar caro, visto que será necessário adicionar, além das próprias tomadas, fiação e novos disjuntores.

Em instalações envolvendo edifícios e/ou condomínios, é importante também observar os seguintes itens:

  • fiações elétricas expostas

  • instalações de tomadas sem proteções ou ao tempo.

  • luminárias

  • quadros de distribuição para telefonia

  • quadros de distribuição elétrica

  • caixas de passagem / emendas de cabos

  • salas de painéis elétricos

  • entradas de energia

  • disponibilidades de piso elevado (mais aplicado em escritórios)

  • sistemas de geração de energia emergencial (gerador)

  • sistemas de aquecimento elétrico ou gás.

Em instalações novas, solicite à construtora uma cópia do projeto elétrico, principalmente se houver a intenção de fazer uma reforma ou ampliação. Nele, serão encontradas informações como a divisão de circuitos, a potência máxima admitida em cada circuito, a bitola dos condutores, etc. Sempre que houver dúvidas, consulte um profissional habilitado.

Na entrega do apartamento, o comprador recebe o manual do proprietário. Muita gente não o lê até o fim. O documento traz a descrição do imóvel: composição estrutural, revestimentos, indicação dos espaços para alterações, como instalação de ar-condicionado, e localização de tubulações, além de instruções de uso – como abrir e fechar um registro, desligar e ligar a rede elétrica interna e manutenção.

É comum a utilização de adaptadores ou “T” nas tomadas. Cuidado! Cada circuito foi dimensionado para atender a uma certa quantidade de carga, e ao adicionar equipamentos em um mesmo ponto, provavelmente haverá um excesso de carga nos condutores, podendo acarretar em sobreaquecimento ou danos nos equipamentos. Quando isto ocorre, é provável também que haja desligamento dos disjuntores.

Disjuntores são equipamentos de proteção, cuja função é evitar que haja um sobreaquecimento ou mesmo um incêndio na instalação. Portanto, se houver algum disjuntor que esteja sendo acionado com frequência, o ideal é redimensionar toda a rede, e não apenas trocar o disjuntor por um de maior corrente.

Relato

Perdido no emaranhado de fios, pontos e tomadas, João Pedro Schonarth, é repórter da Gazeta do Povo. Não é fácil ser uma pessoa “comum” e comprar um apartamento. Digo isso porque nós, consumidores, não conhecemos termos técnicos que podem fazer toda a diferença. Adquiri meu apartamento na planta em 2009, para recebê-lo pronto em 2012. Foram três anos de espera e ansiedade, com muitos vaivéns ao escritório da arquiteta (terceirizada pela construtora) para escolher itens de acabamento. Entre outras decisões sobre pisos e revestimentos eu podia acrescentar pontos de tomada, dentro de um limite definido pela construtora. Pedi para colocar o máximo possível, por pensar que tomadas nunca são demais.

Em uma das visitas, recebi uma planta técnica com as indicações de pontos de tomadas, antenas e rede de telefonia no apartamento. Achei que tinha entendido – era uma planta simples. Ledo engano. Primeiro, porque não perguntei onde estariam as tomadas extras. Em segundo lugar, não estava claro, para mim, nem mesmo onde estariam as tomadas previamente contratadas.

Na primeira visita, surpresa: as tomadas estavam em pontos diferentes, inclusive, dos apontados na planta inicial do imóvel. Por sorte, eu não havia encomendado móveis planejados antes da vistoria, pois teria que adaptar o projeto à realidade que encontrei na hora da entrega do apartamento.


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